terça-feira, 27 de março de 2018

FASCISMO COM A COMPLACÊNCIA NACIONAL

Por: Aldo Fornazieri - Professor de Sociologia e Política (FESPSP).

O assassinato da vereadora Marielle Franco e os ataques à caravana de Lula pelo Sul do país não deixam dúvidas de que o Brasil vive um contexto político no qual há a presença de grupos fascistas organizados, violentos e que adotam táticas terroristas para se imporem. Não resta dúvida também que os eixos articuladores desses grupos terroristas são os apoiadores da candidatura de Bolsonaro, da candidatura de Flávio Rocha, de grupos de ruralistas, de movimentos como o MBL e o Vem pra Rua e que contam com apoio institucional em setores do Judiciário e em setores dos partidos políticos governistas e de parlamentares e até de senadores, como é o caso de Ana Amélia Lemos.

O mais grave de tudo isto é que estes grupos fascistas, violentos e terroristas contam com a complacência da grande imprensa, de partidos ditos de centro como o PSDB, da OAB, do governo Temer, das presidências da Câmara e do Senado, da presidência do STF e de alguns candidatos à presidência da República. Afinal de contas, não se ouviu nenhuma dessas vozes condenar a violência contra a caravana.

Cabe perguntar: onde estão os editoriais dos grandes jornais contra a violência que atingiu a caravana de Lula? Jornais que sempre foram ávidos a cobrar posições das esquerdas contra atos esporádicos de violência de militantes... Será mero acaso que os grandes jornais deram generosos espaços, no fim de semana, a generais golpistas, a exemplo do general Antônio Hamilton Martins Mourão?

Por que a OAB, a presidência da República, a presidência do STF, as presidências das Casas Legislativas, o Ministério da Justiça, o Ministério da Segurança Pública e o Ministério Público Federal não se pronunciaram até agora? Por que o "democrata" Fernando Henrique Cardoso silencia ante esses ataques fascistas? Por que os pré-candidatos Alckmin e Rodrigo Maia não emitem nenhuma palavra sobre essa violência política? Onde estão todos? Estão com medo? São coniventes? Ou são cúmplices? É preciso advertir esses emudecidas personagens acerca de que esse silêncio conivente de hoje poderá proporcionar que amanhã também se tornem vítimas dessa violência fascista.

O PT e os democratas precisam pressionar essas autoridades e esses representantes políticos para que se pronunciem sobre esta violência fascista. Ou eles se manifestam e adotam atitudes ou a história os cobrará amanhã acerca do seu covarde silêncio. Esses grupos e dirigentes políticos, na verdade, abrigaram o fascismo nascente no processo do golpe que derrubou a presidente Dilma. Desmoralizados, porque muitos deles se revelaram moralistas sem moral, envolvidos em graves casos de corrupção, se acovardaram e, agora, por falta de coragem, por covardia ou por cumplicidade se calam ante a escalada de violência fascista que poderá mergulhar o Brasil numa guerra civil.

Guerra civil sim, porque esses grupos fascistas e terroristas estão caminhando rapidamente para o paramilitarismo. Os defensores da democracia não podem assistir passivamente a escalada de violência desses grupos. Antes de tudo, precisam organizar a sua autodefesa porque, como foi visto em São Miguel do Oeste (SC), as polícias tendem a ser coniventes com esses grupos terroristas.

Em segundo lugar, é preciso cobrar do governador de Santa Catarina um esclarecimento acerca da passividade da polícia em face da violência desses grupos. Em terceiro lugar, é preciso levar a senadora Ana Amélia Lemos à Comissão de Ética do Senado por apoiar e estimular a violência política. Em quarto lugar, é preciso promover uma ampla campanha de esclarecimento da opinião pública acerca desses grupos violentos e criminosos. Em quinto lugar, como já sinalizou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, é necessário fazer uma ampla denúncia internacional acerca da existência desses grupos fascistas e acerca da conivência das autoridades para com os mesmos. 

Por outro lado, já passou da hora de Lula, Ciro Gomes, Guilherme Boulos e Manuela D'Ávila se reunirem para divulgar um manifesto conjunto em defesa da democracia, da liberdade e da justiça e de condenação da violência política e social que graça pelo país. Se não é possível construir uma candidatura de unidade do campo progressista, os candidatos precisam mostrar uma unidade de propósito neste momento grave do país: a luta para defender a democracia que não temos.

  • Ação fascista: mentiras, violência e covardia

Esses grupos fascistas brasileiros, que proliferaram nos últimos anos, não fogem à tipologia clássica de ação dos movimentos totalitários já mapeada e descrita por vários estudiosos, notadamente por Hannah Arendt. Grupos e movimentos totalitários, quando ainda não estão no poder, se ocupam, fundamentalmente, da propaganda dirigida a pessoas externas aos mesmos visando convencê-las. A característica principal dessa propaganda é a mentira. O contemporâneo fake news foi largamente utilizado pelos nazistas e, em escala menor, pelos fascistas de Mussolini. Não há nenhuma novidade nisto. As mentiras monstruosas que esses movimentos propagam visam entreter o público para convencê-lo e para aliviar as pressões
  • críticas sobre si mesmos.

Aqui no Brasil, recentemente, viu-se como o MBL e outros grupos agiam no processo do golpe. Mentiam sobre a corrupção do governo Dilma enquanto se aliavam e apareciam em público com os maiores corruptos do país: Eduardo Cunha, Aécio Neves e outros. Aliás, Aécio e o PSDB patrocinaram esses grupos. Eles mesmos são integrados por corruptos e, geralmente, por indivíduos enredados em teias criminosas. E mentem de forma impiedosa e criminosa sobre Marielle quando esta não pode mais defender-se.

Se, externamente, esses grupos se dedicam a propaganda, internamente seu objeto é a doutrinação. Notem o que diz Arendt: "Se a propaganda é integrante da 'guerra psicológica', o terror é-lhes ainda mais inerente". Foi usado em larga escala pelos nazistas, que definiam o terror como "propaganda de força". Arendt adverte que ele aumentou progressivamente antes da tomada do poder por Hitler "porque nem a polícia e nem os tribunais processavam seriamente os criminosos da chamada Direita". Qualquer semelhança com o que temos hoje no Brasil não é mera coincidência.

Crimes contra indivíduos, ameaças e ações violentas contra adversários caracterizam a propaganda e o terror desses grupos. Tem-se aí o assassinato de Marielle e de outros líderes sociais e comunitários e a violência contra a caravana de Lula. Temos a violência verbal nas redes sociais que também é uma forma de propaganda. Não é possível subestimar esses atos, pois englobam elevado perigo num mundo anômico e num país com as instituições destruídas. Todos esses atos, essa violência, esse terrorismo, têm o mesmo pano de fundo: o crescimento do fascismo no Brasil.

Se a primeira característica desses grupos é a mentira, se a segunda é a violência, a terceira é a covardia. Geralmente praticam a violência contra vítimas indefesas. Veja-se a suprema covardia no assassinato da Marielle. A covardia da tocaia na execução de líderes sem-terra, líderes indígenas e militantes ambientalistas. Os agroboys covardes que atacaram a caravana de Lula agrediram mulheres, inclusive uma mulher que está em tratamento de câncer e que estava com seu filho de dez anos. São esses covardes que a igualmente covarde senadora Ana Amélia Lemos exalta. É preciso detê-los. Detê-los com a militância nas ruas, a exemplo dos atos de protesto contra a execução de Marielle, a exemplo dos professores paulistanos e exemplo de tantos enfrentamentos pelo Brasil. Detê-los com as candidaturas de Ciro, de Boulos e de Manuela. E é preciso detê-los com a candidatura de Lula até o fim.

Fonte:

quarta-feira, 3 de maio de 2017

CARIMBA QUE É PLÁGIO: PREFEITURA DE PACOTI-CE PAGOU MAIS DE 5 MIL REAIS POR PLÁGIO DA MARCA DO DIOGO NOGUEIRA

CARIMBA QUE É PLÁGIO: PREFEITURA DE PACOTI-CE PAGOU MAIS DE 5 MIL REAIS POR PLÁGIO DA MARCA DO DIOGO NOGUEIRA

Conforme denunciado por Aldeni Marinho, no Facebook, com prints da marca do Diogo Nogueira, da marca atual da Gestão de Pacoti e do site de prestação de contas da própria Prefeitura Municipal de Pacoti, existe a comprovação de que houve serviço contratado pelo valor de R$5.827 (cinco mil oitocentos e vinte sete reais) para a criação de uma logomarca que plagiou a logomarca do cantor e Diogo Nogueira, que apresenta o programa "Samba na Gamboa" na TV Brasil.

A denúncia segue compartilhada na página " Últimas Notícias Pacoti" e por outros cidadãos de Pacoti preocupados com tamanha gastança e despreparo do atual prefeito, Kiko Sampaio (PV), que no decorrer de 2017 já começou sua gestão decretando estado de emergência, pela qual pagará uma multa ao usar o dinheiro para fazer o carnaval, já tentou demolir o Hospital Padre Quiliano, segundo denúncias de cidadãos, sob a desculpa de reformar, ação que foi impedida pelo Promotor de Justiça, o senhor João. O prefeito em questão também fechou a Biblioteca Municipal Franciné Batista e a escola Enéas Hortêncio, a respeito desta há uma e ainda pretende mudar o local do Festival de Quadrilhas de Pacoti, todos esses feitos nocivos vêm alertando inclusive pessoas que votaram no atual prefeito que até se voltaram contra ele por causa dessas e outras ações que só prejudicam a cidade de Pacoti.

E acima de tudo, pagar por um plágio, um valor exorbitante destes ainda, é inadmissível!

Ateu Poeta
Historiador e Presidente do Jornal Delfos-CE
03/05/2017


Fonte: 


segunda-feira, 20 de março de 2017

DESCULPA

DESCULPA
Por: Teta Barbosa

Pai e mãe, venho hoje pedir desculpas. Não pela minha adolescência pseudo-rebelde, nem por ter sido mãe solteira. Não peço perdão pelas tatuagens nem pelos palavrões, tão próprios da minha geração e da minha personalidade. Nem venho, arrependida, falar sobre maconha nem me justificar quanto a faculdade particular.

Venho hoje, não pelas minhas falhas pessoais de filha mais velha e primeira neta mimada, muito pelo contrário, venho em nome de uma geração inteira pedir perdão.

Nos anos 1980 estávamos tão ocupados com shows do Menudo e com o cubo mágico e não vimos quando vocês choraram a morte de Tancredo Neves. Talvez eles gostem muito do cara, devo ter pensado entre um diplick e uma fita cassete do Pink Floyd. Não tive tempo de perguntar o que significavam aquelas lágrimas. Entretidos com River Raid no Atari, não paramos para entender, como deveríamos, o “Diretas Já” nem porque estavam todos de verde e amarelo se nem era Copa do Mundo. Não prestamos a devida atenção quando vocês contaram as histórias de amigos desaparecidos durante a ditadura, estávamos ocupados demais usufruindo da nossa liberdade.

Portanto, pai e mãe, a Democracia nos foi entregue de bandeja, como uma fatia suculenta de bolo de rolo. A gente sabia que era bom para o país, mas não tinha ideia, entretidos com nossa infância, de como ela tinha sido feita. Ninguém parou de bater papo no Mirc para se perguntar como aquelas fatias de doce de goiaba haviam sido colocadas tão delicadamente entre as finas camadas de pão de ló. Se tivéssemos dado uma pausa no vídeo cassete, perceberíamos, entre as cenas de ação de De Volta para o Futuro, que permeando o pedaço daquele bolo haviam camadas e mais camadas de luta e sangue do povo brasileiro.

E assim, seguimos por 1990 e 2000 como se a liberdade fosse um presente que a gente ganha quando não é natal nem aniversário. Como se o respeito ao voto fosse parte da evolução da espécie de que Darwin tanto falou. Parecia tão fácil que a gente não aprendeu a cuidar da Democracia, pai. A deixamos largada, ignoramos sua importância, superestimamos sua força. Deixamos ela vagar, solitária, por becos escuros e úmidos. Não sabíamos, mãe, como ela era frágil e delicada. Achávamos que, assim como nós, a Democracia iria durar para sempre. Que, assim como as aventuras da Sessão da Tarde, ela teria um final feliz.

Agora, entalados, não pela bala soft da nossa infância, mas pelo assombroso fim anunciado de todos os direitos pelos quais vocês lutaram, nós pedimos perdão. Não soubemos cuidar da nossa herança. Não tínhamos como saber.


Perdão se o voto de vocês, expressão máxima deste regime político onde o povo exerce a soberania, vai perder a validade sem nenhum motivo plausível ou justo. Sei que foram votar carregando a bandeira de uma ideologia de igualdade entre as classes mas, pai e mãe, aprendi hoje o que vocês já sabiam desde os tempos do Golpe de 64: o poder engole a liberdade, a ganância engole o respeito, a mentira engole a imprensa e, o pior de tudo, o dinheiro engole o amor.

Pai, você aos 73 anos de idade, me disse hoje: “sou pessimista, está tudo perdido. Perdemos tudo pelo que lutamos uma vida inteira.” Te respondo com as palavras de José Saramago: “não somos pessimistas, o mundo é que está péssimo”. Obrigado por nos ensinar de que lado ficar nesta luta desigual entre formigas e lobos. Mas sabe de uma coisa? Ouvi dizer que quando as formigas se juntam, formam um exército capaz de derrubar uma alcateia inteira.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

COMO LIDERANÇAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ “REAGIRAM ÀS MANIFESTAÇÕES CEARENSE?

COMO LIDERANÇAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ “REAGIRAM ÀS MANIFESTAÇÕES CEARENSES?

Em 2009, surge um movimento contra a desassociação discriminatória praticada pela Igreja Testemunhas de Jeová. Ex-membros da aludida religião, passaram a alertar as pessoas do ostracismo social que poderiam sofrer caso ingressem naquela religião, e depois resolvam sair, o que provocou o Ministério Público a investigar lideranças locais, (pastores, chamados de anciãos).

Como a Torre de Vigia (Órgão controlador das congregações Testemunhas de Jeová) lida com um movimento que impacta e mobiliza uma sociedade? A partir de seus advogados, anciãos, servos ministeriais, enérgica e instantaneamente, passaram a rastrear nossos passos, filmar faixas, outdoors e ameaçaram processar integrantes do movimento por práticas de intolerância religiosa.

Apesar do número de participantes diminuir substancialmente, devida à opressão sofrida e crescente, intensificamos as atividades nas ruas e praças, chegando às portas do Tribunal de Justiça e Ministério Público.

A Torre de Vigia objetivamente pretendia calar a nossa voz para que o público não conhecesse os fatos concernentes à desassociação. Ademais, desestimulariam o delegado e a Promotoria de continuar investigando o caso. Contudo, o tiro saiu pela culatra: com base no Inquérito Policial o Promotor denunciou os investigados por práticas de crime de intolerância religiosa (Lei Federal 7.716, Artigo 14).

Para o desespero de lideranças religiosas locais e nacionais, a Procuradoria da República também aceita mais uma Representação de Sebastião Ramos, o que resultou em uma Ação Civil Pública, e, por sua vez, a Defensoria Pública ajuizou uma ação por danos morais.

Todas essas ações desencadearam matérias em jornais virtuais, impressos e nos meios de comunicação televisivos.

Ao passo que a desassociação é exposta à luz, uma Carta é enviada à Todas as Congregações da Grande Fortaleza (CE) e Região para alertar sobre o perigo das manifestações e exortar às Testemunhas de Jeová a não mexerem com os “apóstatas”.

Todos os adeptos e lideranças da Organização Testemunhas de Jeová são extremamente submissos à Torre de Vigia. Eles não dão um passo sem consultarem seus líderes. Entretanto, será que a perseguição que varria o território cearense estaria partindo por iniciativa própria de advogados, anciãos, servos ministeriais, enfim? Que possamos refletir!

Entretanto, é preciso que a intolerância religiosa seja denunciada além do mundo online, pois, se não estivessem acontecido mobilizações públicas, não seríamos uma referência no combate à intolerância religiosa. Não é por coincidência que o trabalho social da ABRAVIPRE já se tornou referência no Brasil e exemplo para o mundo.

Sebastião Ramos
A carta em si:

 A carta em pdf:
 https://www.facebook.com/groups/colunadiamante/1079010912208507/?pnref=story
Fotos relacionadas:

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

AVALIANDO O PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO NO BRASIL COM FOCO NA MELHORIA DA EDUCAÇÃO: IMPACTOS NEGATIVOS DA ESCOLA SEM PARTIDO E DA PEC 241 (MONOGRAFIA)

AVALIANDO O PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO NO BRASIL COM FOCO NA MELHORIA DA EDUCAÇÃO: IMPACTOS NEGATIVOS DA ESCOLA SEM PARTIDO E DA PEC 241 (MONOGRAFIA)

Por:  José Aroldo Gonzaga Arruda Filho
(Historiador formado em Licenciatura Plena em História em 2010 e pós-graduado em Gestão Escolar em 2016. Criador do Arquivo Público de Pacoti em 2009 e presidente do Jornal Delfos-CE desde 2007).

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

POLICIAIS DA TROPA DE CHOQUE SE RECUSAM A BATER EM MANIFESTANTE E DISPERSAM

https://colunadiamante.blogspot.com.br/2016/11/policiais-da-tropa-de-choque-se-recusam.html
POLICIAIS DA TROPA DE CHOQUE SE RECUSAM A BATER EM MANIFESTANTE E DISPERSAM

Policiais dispersam do Choque no Rio de Janeiro durante tentativa de ocupação da ALERJ -Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro-, sendo ovacionados pelos manifestantes e presos pela PM logo em seguida.

Esses policiais que se recusaram a bater em manifestantes que lutam contra o PACOTE DE MALDADES do Governo merecem uma #Medalha_de_Honra_ao_Mérito cada um por exercer assim a cidadania acima dos seus próprios cargos.

A ALERJ segue ocupada.

Aroldo Historiador 
https://www.facebook.com/deputadofederal/videos/1324683070957979/?hc_ref=NEWSFEED

http://oglobo.globo.com/rio/pms-do-batalhao-de-choque-que-se-juntaram-manifestantes-sao-presos-20473735