Em 2009, surge um movimento contra a desassociação discriminatória praticada pela Igreja Testemunhas de Jeová. Ex-membros da aludida religião, passaram a alertar as pessoas do ostracismo social que poderiam sofrer caso ingressem naquela religião, e depois resolvam sair, o que provocou o Ministério Público a investigar lideranças locais, (pastores, chamados de anciãos).
Como a Torre de Vigia (Órgão controlador das congregações Testemunhas de Jeová) lida com um movimento que impacta e mobiliza uma sociedade? A partir de seus advogados, anciãos, servos ministeriais, enérgica e instantaneamente, passaram a rastrear nossos passos, filmar faixas, outdoors e ameaçaram processar integrantes do movimento por práticas de intolerância religiosa.
Apesar do número de participantes diminuir substancialmente, devida à opressão sofrida e crescente, intensificamos as atividades nas ruas e praças, chegando às portas do Tribunal de Justiça e Ministério Público.
A Torre de Vigia objetivamente pretendia calar a nossa voz para que o público não conhecesse os fatos concernentes à desassociação. Ademais, desestimulariam o delegado e a Promotoria de continuar investigando o caso. Contudo, o tiro saiu pela culatra: com base no Inquérito Policial o Promotor denunciou os investigados por práticas de crime de intolerância religiosa (Lei Federal 7.716, Artigo 14).
Para o desespero de lideranças religiosas locais e nacionais, a Procuradoria da República também aceita mais uma Representação de Sebastião Ramos, o que resultou em uma Ação Civil Pública, e, por sua vez, a Defensoria Pública ajuizou uma ação por danos morais.
Todas essas ações desencadearam matérias em jornais virtuais, impressos e nos meios de comunicação televisivos.
Ao passo que a desassociação é exposta à luz, uma Carta é enviada à Todas as Congregações da Grande Fortaleza (CE) e Região para alertar sobre o perigo das manifestações e exortar às Testemunhas de Jeová a não mexerem com os “apóstatas”.
Todos os adeptos e lideranças da Organização Testemunhas de Jeová são extremamente submissos à Torre de Vigia. Eles não dão um passo sem consultarem seus líderes. Entretanto, será que a perseguição que varria o território cearense estaria partindo por iniciativa própria de advogados, anciãos, servos ministeriais, enfim? Que possamos refletir!
Entretanto, é preciso que a intolerância religiosa seja denunciada além do mundo online, pois, se não estivessem acontecido mobilizações públicas, não seríamos uma referência no combate à intolerância religiosa. Não é por coincidência que o trabalho social da ABRAVIPRE já se tornou referência no Brasil e exemplo para o mundo.
Sebastião Ramos
A carta em si:
A carta em pdf:
https://www.facebook.com/groups/colunadiamante/1079010912208507/?pnref=story
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